THE TRUST PROJECT

Pesquisa questiona o futuro da credibilidade jornalística
Realizada em parceria entre o instituto de pesquisas Ipsos e o Trust Project em 29 países, incluindo o Brasil, a pesquisa Trust Misplaced? A report on the future of trust in the news examina fatores que irão impactar o futuro dos conceitos de confiança e verdade no âmbito noticioso. Publicada em 14 de outubro, durante a conferência anual da Online News Association (ONA), a pesquisa revela que se por um lado a maioria dos entrevistados diz buscar notícias confiáveis, por outro eles podem estar vulneráveis à desinformação. Segundo os principais indicadores globais:
- 82% dos adultos pesquisados dizem buscar notícias confiáveis
- 27% dizem estar dispostos a pagar por elas
- Duas em cada três pessoas acessam apenas notícias que podem obter gratuitamente
Para Sally Lehrman, diretora do Trust Project, "esses resultados me dão esperança e também apresentam um quadro desafiador. Como construímos a disposição [do público] de pagar pelas notícias e, ao mesmo tempo, atendemos aos que precisam de informações gratuitas?"
Ainda segundo Lehrman, à medida que o acesso pago a sites noticiosos aumenta, através dos "paywalls", as camadas mais pobres das populações encontram-se vulneráveis a provedores de informação de baixa qualidade. Mas a disposição de mais de um terço dos entrevistados de pagar por notícias que julgam confiáveis apresenta uma oportunidade de monetização significativa para veículos que investem na transparência e princípios éticos.
A partir dos resultados globais das entrevistas realizadas pelo Ipsos com 18.998 adultos entre os meses de maio e junho, o Credibilidade selecionou quatro indicadores sobre 15 dos países pesquisados, destacando o Brasil:
Abaixo, um resumo dos comentários de Matt Carmichael, vice-presidente de estratégia editorial do Ipsos, e editor da revista What the Future, feitos durante a apresentação na conferência ONA20:
- As pessoas têm acessado muitas notícias através de muitas fontes [TV, mídia social, sites noticiosos via computador, aplicativos noticiosos via celular ou tablet, rádio, jornais ou revistas impressas]
- Tipicamente, as pessoas obtêm as notícias de fontes para as quais não pagam (mas um número razoável tem pagado)
- As pessoas confiam no conteúdo compartilhado por pessoas conhecidas, e também frequentemente por pessoas desconhecidas
- As pessoas não acreditam serem alvo de desinformação
- As pessoas superestimam sua capacidade de detectar desinformação e falsidades
- Indivíduos nativistas e populistas são suscetíveis de serem alvos de desinformação que reforce suas crenças e sua descrença em experts que buscam a verdade [cientistas e jornalistas]
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